Small Caps Americanas:oportunidade tática e estratégica

O mercado de small caps americanas representa uma oportunidade histórica para
investidores que buscam diversificação e potencial de crescimento superior no
longo prazo. Após anos de underperformance em relação ao S&P 500, as ações de
pequena capitalização apresentam uma combinação atraente de valuations
descontados, perspectivas de crescimento de lucros acelerado e múltiplos
catalisadores macroeconômicos favoráveis. O RSSL39 é a forma mais eficiente para
o investidor brasileiro acessar essa tese, sendo um BDR que replica o Global X
Russell 2000 ETF (ticker RSSL nos EUA), que por sua vez acompanha o Russell 2000
RIC Capped Index.

Introdução

Nos últimos anos, investidores testemunharam o mercado de ações dos EUA
ser dominado por um pequeno e poderoso grupo de megacaps de tecnologia.
Embora em grande parte justificada pela revolução da inteligência artificial,
essa concentração gerou uma grande divergência, abandonando um dos
setores core da economia americana: as empresas de pequena e média
capitalização, ou small caps (CERTUITY, 2025).
O índice Russell 2000, o principal barômetro dessa classe de ativos, negocia
hoje em valuations relativos não vistos em mais de duas décadas. Este é um
ponto de inflexão que clama pela atenção dos investidores estratégicos
(CERTUITY, 2025).
A tese de investimento em small caps é bem robusta, podendo se beneficiar
em diversos cenários. A saúde dessas empresas são um barômetro da
economia real dos Estados Unidos. Elas se valorizam diretamente da força do
consumidor americano e do movimento de repatriação de cadeias de
suprimentos. Isso as torna estruturalmente mais isoladas de grande parte da
volatilidade geopolítica global e de tensões comerciais, em nítido contraste
com as megacaps multinacionais (MARKET MINUTE, 2025; SCHRODERS,
2025).
Além disso, as small caps são um dos beneficiários mais diretos e potentes de
um pivô na política monetária do FED. Historicamente, devido à sua maior
necessidade de capital e dependência de crédito, um ambiente de juros em
queda funciona como um poderoso catalisador para a expansão de seus
múltiplos e lucros (CERTUITY, 2025; EVERCORE ISI, 2025).

A tese, portanto, não depende de um único cenário macroeconômico para se
concretizar. Em cenários de crescimento doméstico robusto, sua demanda e
lucros prosperam. Em contrapartida, em cenários de flexibilização monetária
(cortes de juros), seus valuations experimentam uma expansão significativa
(CERTUITY, 2025).
A conclusão é clara: a confluência de um valuation historicamente baixo,
fundamentos domésticos resilientes e catalisadores macroeconômicos
iminentes está criando uma oportunidade que é, ao mesmo tempo, tática e
estratégica. Para o investidor brasileiro, o BDR de ETF RSSL39 surge como o

veículo mais eficiente, de baixo custo e diversificado para capturar essa
iminente virada de ciclo (GLOBAL X, 2025b).

Pilares da Tese de Investimento em Small Caps

“Underperformance” e valuaiton baixo

Nos últimos 10 anos (novembro 2015 a novembro 2025), o Russell 2000
entregou retorno total de 107,00%, equivalente a CAGR de 7,54%, enquanto
o S&P 500 registrou 228,89% de retorno total e CAGR de 12,63%.
A baixa performance recente foi exacerbada por dois fatores principais que
agora mostram sinais de reversão. Primeiro, o ciclo agressivo de alta de juros
(2022-2024), que penalizou desproporcionalmente empresas menores e mais
dependentes de capital. Em segundo, a euforia da Inteligência Artificial, que
concentrou volumes massivos de capital nas “Sete Magníficas”, drenando
liquidez do restante do mercado. Além disso, é válido apontar que o
crescimento do private equity também impacta, uma vez que há muito menos
empresas de capital aberto do que costumava haver.
A figura abaixo mostra que o Russell teve desempenho similar ao S&P até o
final de 2020 mas depois disto passou a ter desempenho razoavelmente
inferior. Isso é explicado principalmente pelo desempenho forte das grandes
empresas de tecnologia, que “dominaram” a alta do mercado nos últimos
anos.

Esse movimento não é novo. Por exemplo, durante a bolha das empresas de
internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000, o desempenho do S&P foi
consideravelmente melhor que o do Russell como pode ser isto acima.
Contudo, o Russell apresentou desempenho melhor depois do “estouro da
bolha”, entre 2003 e 2006.

A figura abaixo mostra a evolução do S&P 500 e da % de ações na máxima de
52 semanas. Como pode ser visto, o número de empresas em alta vem caindo

apesar das máximas recentes do S&P. Normalmente é dito nestas situações
que o “folego” do mercado é baixo, poucas empresas estão sustentando a alta.
Olhando pra frente, acreditamos que a situação deve mudar, com empresas
fora do grupo das Big Tech tendo desempenho melhor. O valuation destas
empresas é bastante alto atualmente e há sinais de perda de momentum em
alguns casos. Os resultados já não “empolgam” tanto, algumas empresas tem
sinalizado crescimento menor à frente outras indicam necessidade de
investimentos cada vez maiores. É provável que parte deste fluxo que estava
indo para as “big techs” seja direcionado para outras empresas americanas
nos próximos trimestres.

Outro ponto a favor das small caps neste momento é que os lucros vêm se
recuperando e o valuation ainda é baixo. Como pode ser visto na figura abaixo,
desde 2021 o lucro das small caps americanas ficou para trás. Contudo, essa
diferença vem diminuindo nos últimos meses.

Com o desempenho mais fraco das small caps e com a recuperação dos lucros,
a diferença de valuation do Russell e do S&P ficou quase zero. Historicamente,
as small caps tiveram valuation maior por conta do maior potencial de
crescimento de lucros.

Sensibilidade à Política Monetária

Se o valuation é a “mola comprimida”, a política monetária é a mão que a solta.
O timing da tese é ditado pelo FED. As small caps historicamente demonstram
maior sensibilidade a ciclos de afrouxamento monetário. Como dependem
mais fortemente de financiamento bancário e carregam maior proporção de
dívida de curto prazo e taxa flutuante (aproximadamente um terço da dívida),
cortes nas taxas de juros têm impacto imediato e desproporcional em suas
margens operacionais. Dados históricos demonstram que, após o primeiro
corte de juros em cada um dos últimos oito ciclos desde 1989, as small caps
entregaram retorno médio anualizado de 9,9% nos três anos subsequentes,
superando os 8,8% das large caps (GLOBALX, 2025; VOYA INVESTMENT
MANAGEMENT, 2025).

O FED iniciou em setembro de 2025 um ciclo de cortes nas taxas de juros, após
mantê-las elevadas durante período prolongado. Historicamente, períodos de
cortes de juros após pausas longas (acima de 250 dias de negociação) têm
sido particularmente benéficos para small caps. Prova disso é o recente
desempenho do Russell 2000 frente ao S&P500. Nos últimos três meses, o
índice de small caps obteve um retorno total de 10,57%, enquanto o índice
amplo retornou 7,49%. De fato, é um período muito curto para sugerir uma
tendência, mas representa uma mudança distinta dos desempenhos nos
últimos anos.

Perspectiva de Crescimento nos Lucros

Uma das mudanças mais significativas no cenário atual é a inflexão nas
expectativas de lucros. Após quatro trimestres consecutivos de crescimento
negativo ou estagnado, as empresas do Russell 2000 apresentaram forte
aceleração a partir do segundo trimestre de 2024. O consenso do mercado
projeta crescimento de lucros superior a 20% para o Russell 2000 em
2025/26, marcando retomada robusta após recessão de lucros em 2023
(DELAWAREFUNDS, 2024).

Esse cenário contrasta com projeções mais modestas para o S&P 500
(crescimento de 11,6% para 2025 e 13,7% para 2026), sugerindo que o
momentum de lucros está migrando das mega caps para empresas de menor
porte. Este fenômeno é reforçado por dados do segundo trimestre de 2025,
quando empresas do Russell 2000 superaram expectativas de lucros e
guidance, com aproximadamente 60% elevando suas projeções anuais
(FACTSET, 2025).

RSSL39 – BDR de ETF

O RSSL39 é um BDR (Brazilian Depositary Receipt) de ETF, listado e negociado
na B3, permitindo que o investidor brasileiro acesse esta tese de investimento
internacional de forma simples, através de sua corretora local. O ativo lastro
do BDR é o Global X Russell 2000 ETF (ticker RSSL), um fundo negociado em
bolsa (ETF) listado na NYSE nos Estados Unidos. O programa de BDRs foi
estruturado com uma paridade de 1 para 10 (1 ETF RSSL = 10 BDRs RSSL39)
e está disponível para o “Investidor em Geral”, democratizando o acesso (B3,
2025; GLOBAL X, 2025).
O ETF RSSL (e, consequentemente, o BDR RSSL39) não segue o índice padrão,
mas sim uma versão metodologicamente superior: o Russell 2000 RIC
Capped Index. O termo “RIC” refere-se a “Registered Investment Company”.
É uma metodologia de índice que aplica regras de capping (limitação de peso)
para cumprir normas estritas de diversificação exigidas por reguladores dos
EUA. As duas principais regras de limitação de peso são:

  1. Limite por Ativo: Nenhum constituinte individual (ação) pode ter um peso
    maior que 20% do índice.
  2. Limite Agregado: A soma de todos os constituintes que individualmente
    representam mais de 4,5% do índice não pode, em agregado,
    ultrapassar 48% do peso total do índice.
    A FTSE Russell introduziu esses caps precisamente para combater o risco de
    concentração extrema que se tornou evidente em índices tradicionais, como o
    S&P 500 com as “Sete Magníficas”. Portanto, o RSSL39 oferece ao investidor
    uma garantia estrutural de que ele sempre manterá a “verdadeira”
    diversificação das small caps, protegendo-o de riscos de concentração futuros
    e garantindo que o desempenho do fundo seja impulsionado pelo mercado
    amplo, e não por poucas exceções (FTSE RUSSELL, 2025).

O RSSL39 se destaca não apenas como uma opção, mas como o veículo
superior para executar a tese de small caps:

  1. Custo: A taxa de administração do ETF lastro RSSL é de apenas 0,08% ao
    ano. Este é um dos custos mais baixos do mercado para essa exposição. A
    própria Global X (2025b) destaca que essa taxa é “mais de 10 vezes abaixo da
    média dos concorrentes” (comparando com a média de fundos mútuos e ETFs
    da categoria Small Blend da Morningstar).
  2. Eficiência e Porte: O ETF lastro (RSSL) nos EUA possui um patrimônio
    líquido robusto de US$ 1,31 bilhão (~R$ 7 bi). Este AUM significativo, captado
    desde seu lançamento em junho de 2024 assegura que o ETF possua
    excelente liquidez no mercado americano. Isso se traduz em spreads de
    compra/venda (Bid-Ask Spread) muito baixos – o 30-Day Median Bid-Ask
    Spread é de apenas 0,13%. Essa eficiência de negociação nos EUA garante
    uma melhor e mais justa formação de preço para o investidor do BDR RSSL39
    aqui na B3.
  3. Diversificação Instantânea e Controle de Risco: Com uma única transação
    de RSSL39, o investidor obtém exposição a uma cesta de 1.959 empresas que
    formam a espinha dorsal da economia americana. Combinada com a
    metodologia RIC Capped, o investidor mitiga o risco de seleção de ações
    individuais e o risco de concentração setorial, obtendo uma exposição pura ao
    fator small cap.

Reforçando a natureza diversificada do RSSL39, as 10 maiores posições do
fundo representam uma fração muito pequena do portfólio total. Isso
contrasta agudamente com índices de large cap, onde as 10 maiores
empresas podem facilmente ultrapassar 30% do peso total. No RSSL39, a
soma das 10 maiores posições geralmente fica abaixo de 5% demonstrando a
baixa concentração característica de índices de small caps.